JORNAL TERESINA NEWS: janeiro 2019
loading...

sábado, 12 de janeiro de 2019

Criminosos explodem torre de transmissão de energia e concessionária no Ceará


Ataques aconteceram na madrugada deste sábado (12) e afetou a capital Fortaleza e a Região Metropolitana; polícia trabalha para capturar suspeitos
Fonte: IG



Reprodução/Facebook
Explosão em torre de energia no Ceará deixa diversos bairros sem luz durante a madrugada deste sábado (12)

No 11º dia desde que a onda de violência no Ceará se instaurou, criminosos derrubaram uma torre de transmissão de energia e explodiram uma bomba em uma concessionária de veículos. A ação aconteceu na madrugada deste sábado (12). Até o momento já foram 194 ataques confirmados em 43 municípios.
Segundo a Polícia Militar do Ceará , a torre de transmissão, que fica no município de Maracanaú, na Grande Fortaleza, teve parte da base explodida, e o equipamento caiu. Fios ficaram espalhados na via próxima ao local, que está isolado por equipes policiais.
Vários bairros de Fortaleza e da Região Metropolitana ficaram sem luz por conta da torre de energia afetada, como Cascavel, Eusébio, Maranguape, Itaitinga e Maracanaú. Para prevenir novos ataques, a polícia afirma que conta com um helicóptero que faz a busca dos suspeitos.
Já a explosão em uma concessionária, que ocorreu na manhã deste sábado, por volta das 5h da manhã, foi registrada em Fortaleza. Além dos veículos que estavam no local, parte da estrutura do estabelecimento também foi afetada pela explosão. Não há notícias de feridos. Suspeitos estão sendo procurados.

De acordo com o Ministério da Justiça, para tentar conter a onda de violência no Ceará, o governo do Estado promoveu a transferência de 35 presos considerados chefes das principais facções criminosas que atuam no estado, como o Comando Vermelho (CV) e os Guardiôes do Estado (GDE), de Cadeias Públicas no interior do Ceará para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Onda de violência no Ceará chega ao seu 11º dia


Reprodução
Onda de violência no Ceará já registrou 194 ataques; criminosos querem saída de secretário

A Secretaria da Segurança Pública do Ceará comunicou que 319 suspeitos de envolvimento nos crimes foram detidos. Acredita-se que os ataques criminosos iniciados no dia 2 de janeiro são um protesto contra o poder público. Hipótese reforçada pelo fato da série de ataques ter começado focada em prédios públicos e fazer apenas uma vítima, mesmo com quase 200 ações criminosas desde então. 
Os atos seriam uma retaliação das facções criminosas que atuam no estado à declaração do novo secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, nomeado pelo novo governador Camilo Santana (PT).

O secretário declarou que o estado não reconheceria facções criminosas e os presos poderiam ser misturados nas mesmas alas dentro do presídio. Além disso, o novo secretário conduziu uma série de ações para comabter o crime dentro dos presídios e coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas.

Enquanto isso, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), fez um pronunciamento oficial na tarde de sábado (5), após o terceiro dia consecutivo da onda de ataques no estado em que subiu o tom contra os criminosos  e afirmou que não pretende recuar. Ele negou que o estado irá recuar no combate ao crime organizado após os ataques realizados desde a noite da última quarta-feira (2).
"Endureceremos cada vez mais contra o crime", afirma o governador
Em vídeo divulgado nas suas redes sociais, o governador afirmou ter "absoluta confiança nos mais de 29 mil profissionais cearenses que formam as forças de segurança do nosso estado, que têm se doado noite e dia para combater o crime, especialmente neste momento em que o Estado do Ceará toma medidas duras e necessárias de combate ao crime organizado, fora e dentro de unidades prisionais", disse o político.

"Criamos uma secretaria especialmente para a atuação rigorosa em todos os presídios, agindo com firmeza, dentro da lei e mostrando que o comando é do Estado", continuou o governador. "Endureceremos cada vez mais contra o crime", desafiou. Santana também disse ter total confiança nas forças de segurança de estado e fez questão de mencionar o apoio federal que o estado está recebendo.

"Aproveito para dar as boas-vindas aos agentes da Força Nacional de Segurança e tropas federais que começaram a chegar ao Ceará ontem para contribuir com nossa Polícia nesse enfrentamento", disse o governador.

Apesar do número reduzido de vítimas, os moradores do estado têm enfrentado uma série de transtornos. Isso porque, com o avanço dos ataques, os cidadãos estão tendo dificuldades para se locomover de casa para o trabalho. Segundo relatos, desde que policiais militares passaram a andar dentro dos coletivos, o transporte começou a se normalizar durante o dia, mas no retorno para casa à noite, o medo ainda toma conta porque é ao anoitecer que a maioria dos ataques tem sido realizados.

Há problemas também com o transporte escolar e a coleta seletiva de lixo. As empresas que atuam na limpeza do estado tiveram que reduzir a circulação de caminhões que recolhem os resíduos nas cidade e o lixo já se acumula nas ruas e principais avenidas de Fortaleza.

Diante da violência no Ceará , o turismo também teve uma queda por conta da insegurança em plena alta temporada. A rede hoteleira que contava com 85% da capacidade ocupada, já contabiliza uma redução para 65% com o cancelamento de reservas. Os prejuízos, no entanto, só poderão ser contabilizados ao final da série de ataques, a princípio, ainda sem hora para acabar.


Brasileira é agredida na Itália por não falar língua local

Homem exigiu que uma mulher pedisse pizza em friulano

Fonte: Noticias ao minuto

© DR


Uma brasileira de 47 anos foi agredida em Mereto di Tomba, na região de Friuli Veneza Giulia, nordeste da Itália, porque não sabe falar a língua local.

Segundo relato do jornal "Il Gazzettino", a mulher entrou em um restaurante da cidade e pediu duas pizzas para viagem, "em bom italiano". Um caminhoneiro presente no local, no entanto, começou a gritar: "Aqui estamos no Friuli, você tem de falar friulano por lei".
A brasileira, para evitar confusão, saiu do restaurante, mas o homem a seguiu até o lado de fora. Apesar dos esforços do filho da vítima para contê-lo, o caminhoneiro a empurrou e deu um soco em seu rosto. A mulher foi levada a um pronto-socorro com sangramento no nariz.
"Estamos perante um ato grave e particularmente insuportável, seja porque cometido contra uma mulher, seja porque de matiz racista", afirmou a eurodeputada Isabella De Monte, de centro-esquerda, que é da região. Os nomes da vítima e do agressor não foram divulgados.
O friulano é uma língua latina minoritária falada na zona histórico-geográfica de Friuli, que compõe a região (estado) de Friuli Veneza Giulia. Ela é comum nas províncias de Gorizia, Údine e Pordenone e em algumas cidades do Vêneto. (ANSA)

Governo paulista autoriza PM a usar arma calibre 12 em chamadas do 190

De acordo com o governo, o armamento, que será utilizado inclusive por cabos e soldados, estará disponível em 60 dias

Fonte: Noticias ao minuto


© Fernando Donasci/Reuters


Antes, as espingardas de calibre 12 eram destinadas apenas às operações noturnas. Nos atendimentos diurnos, as equipes saiam com pistolas ponto 40, impossibilitando uma resposta à altura em atendimentos de maior gravidade”, destaca nota divulgada pelo governo paulista.


Serão necessárias 5 mil armas calibre 12 para equipar todas as equipes da Polícia Militar em ambos os períodos. De acordo com o governo, o armamento, que será utilizado inclusive por cabos e soldados, estará disponível em 60 dias. Com informações da Agência Brasil.

MPF pede condenação de Rocha Loures por corrupção por mala com R$ 500 mil da J&F


Procuradoria destaca que ex-assessor e Temer tinham relação "muito além de funcional" e afirma que versão de Loures para o episódio é "fantasia"
Fonte: IG



reprodução/pf
Rocha Loures foi filmado pela PF recebendo mala com R$ 500 mil da J&F

O Ministério Público Federal (MPF) entregou alegações finais à Justiça nesta sexta-feira (11) pedindo a condenação do ex-assessor de Michel Temer (MDB) Rodrigo Rocha Loures pelos crimes de corrupção passiva e concurso de agentes.
Por iG São Paulo | 11/01/2019 19:28 - Atualizada às 11/01/2019 20:07
Tamanho do texto-+
Home iG  › Último Segundo  › Política
Procuradoria destaca que ex-assessor e Temer tinham relação "muito além de funcional" e afirma que versão de Loures para o episódio é "fantasia"

Rocha Loures foi filmado pela PF recebendo mala com R$ 500 mil da J&F
O Ministério Público Federal (MPF) entregou alegações finais à Justiça nesta sexta-feira (11) pedindo a condenação do ex-assessor de Michel Temer (MDB) Rodrigo Rocha Loures pelos crimes de corrupção passiva e concurso de agentes.


A manifestação se refere à ação penal que investiga o  recebimento da mala com R$ 500 mil enviada pelo grupo J&F a Rocha Loures . O episódio, ocorrido em abril de 2017, foi todo filmado pela Polícia Federal, com apoio do empresário Joesley Batista e do executivo Ricardo Saud, e deu início à maior crise do governo Temer .
No documento, enviado ao Juízo da 15ª Vara Federal de Brasília, os procuradores alegam que Loures "agiu com vontade livre e consciente" para "intermediar" o recebimento de propina do grupo empresarial, então controlado por Joesley, em benefício do hoje ex-presidente da República Michel Temer .

O MPF narra que Temer e Loures tinham "vínculo de confiança" e uma relação que ia "muito além de uma relação funcional". A quantia de R$ 500 mil contida na mala da JBS recebida pelo ex-assessor do presidente era o primeiro pagamento de uma promessa de repasses semanais que poderiam chegar a R$ 38 milhões.
De acordo com a Procuradoria da República no DF, Joesley ofereceu a propina a Temer para que este intervisse a seu favor no âmbito das atividades da EPE (Empresa Produtora de Energia) Cuiabá, controlada pelo grupo J&F. O empresário reclamava que a companhia perdia R$ 1 milhão por dia por conta da política para compras de gás da Bolívia tendo a Petrobras como intermediadora do negócio.

Rocha Loures e o recebimento da mala



reprodução/pf
Rocha Loures se tornou pivô de crise do governo ao ser filmado em ação controlada recebendo mala com R$ 500 mil

Temer, então, escalou Loures para cuidar do assunto, enquanto Joesley encumbiu Saud de acertar os detalhes para a entrega do dinheiro. Os dois se encontraram em duas ocasiões, ambas gravadas pela PF: uma no dia 24 de abril de 2017, e outra quatro dias mais tarde.

Nesse segundo encontro, realizado no shopping Vila Olímpia, na zona sul de São Paulo, Loures e Saud definiram que o pagamento em espécie seria a melhor maneira de receber a propina. Os dois, então, dirigiram-se para uma pizzaria na região dos Jardins, onde Saud entregou a mala com os R$ 500 mil ao ex-assessor de Temer.

Loures argumentou à Justiça que  não sabia que se tratava de uma proposta ilícita e que nem sequer "gostou" de Saud. O MPF, no entanto, alega que o ex-assessor e ex-depitado "em nenhum instante se demonstra surpreso com as ofertas realizadas por Saud, não pedindo esclarecimentos adicionais".

"O réu alega que não compreendia que os valores que Ihe eram apresentados se referiam à propina, contudo, em nenhum momento esboçou estranhamento ou questiona aquilo que poderia ser um mal entendido. Ao contrário, observase que os diálogos fluem normalmente com a participação do réu, que aparenta entrosamento e domínio do assunto", dizem os procuradores.
O MPF diz ainda que a versão apresentada pelo ex-assessor representa "fantasia" e induz a crer que houve uma situação "na qual se coloca como uma verdadeira vítima da perseguição".

Rocha Loures chegou a ficar preso na Papuda, em Brasília, após o caso vir a público, mas depois recebeu autorização para cumprir prisão domiciliar. Ele usou tornozeleira eletrônica por 1 ano e 4 meses, até que, em novembro, ele foi liberado de usar o equipamento . A defesa do ex-assessor de Temer ainda não se manifestou sobre as alegações finais da procuradoria.


Polícia investiga líder espiritual acusado de abusos sexuais em rituais com ayahuasca e drogas

BBC News Brasil entrevistou 11 mulheres e recebeu relato de 4 que acusam dirigente de igreja que mistura umbanda com daime; ele nega acusações.


Fonte: Terra


Mulheres que frequentavam igreja de umbanda com Daime em São Paulo dizem que líder espiritual cometia abusos sexuais; ele nega
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
A polícia de São Paulo investiga mais um líder religioso acusado de abusos sexuais. Três supostas vítimas depuseram ao Ministério Público de São Paulo em 2016 sobre Antônio Alves Marques Júnior, conhecido como Gê Marques, de 62 anos.
O Ministério Público pediu a abertura de um inquérito, que foi instaurado no 14º DP da capital, em 2017, e está sob sigilo. A promotora e o delegado responsáveis não quiseram dar entrevista. Segundo o advogado de Gê Marques, o líder religioso ainda não foi intimado a depor.
Além das três mulheres, cujos depoimentos fazem parte da investigação, outras 12 afirmaram à BBC News Brasil que teriam sido vítimas de abuso sexual sem, no entanto, terem levado denúncias à Justiça.
Os supostos crimes teriam acontecido entre 2005 e 2015. Teriam ocorrido, segundo o relato das entrevistadas, em diferentes lugares: na sede da igreja, na casa do líder religioso e em motéis para onde algumas mulheres que faziam parte de rituais religiosos relataram ter sido levadas sem aviso prévio.
A BBC News Brasil entrevistou 11 mulheres, incluindo as três que depuseram ao Ministério Público, e recebeu relatos escritos de mais quatro. Todos os nomes nessa reportagem são fictícios.
A reportagem não trará detalhes de todas as alegações que foram ouvidas nem publicará na íntegra as entrevistas e depoimentos recebidos por escrito. Apenas três casos, que trazem elementos comuns à maioria das denúncias, serão reportados.
Entre as histórias narradas estão supostos casos de assédio sexual e até de supostos estupros. A maioria das mulheres acusa Marques de ter praticado os crimes enquanto elas estavam sob efeito de ayahuasca, uma bebida alucinógena, dentro de um contexto religioso, ou de drogas como LSD e ecstasy.
Ele é dirigente da igreja Reino do Sol, em São Paulo. O grupo religioso, hoje com sede em Mairiporã, na Grande São Paulo, mistura a doutrina do Santo Daime com umbanda.
Gê Marques nega as acusações. Por telefone, ele se recusou a dar entrevista e enviou o contato de seu advogado. Para dar ampla chance de resposta, a BBC News Brasil listou em e-mail o conteúdo dos relatos.

Advogado afirmou que "impressiona a desfaçatez e leviandade como os relatos foram construídos, alterando completamente a verdade"
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Por meio de nota, seu advogado, Luís Eduardo Kuntz, afirmou que, caso essa reportagem fosse veiculada "nos termos da narrativa e perguntas encaminhadas", "estará calcada em distorções absolutamente equivocadas e de má-fé, construindo cenários que nunca ocorreram" e que "impressiona a desfaçatez e leviandade como os relatos foram construídos, alterando completamente a verdade, para enxovalhar, com o máximo de dano possível, sua honra e reputação".
Ainda segundo a nota do advogado de Gê Marques, "foram mantidas relações de amizade e proximidade com todas (sic) os frequentadores do Reino do Sol, relações estas sempre pautadas pelo respeito e urbanidade". "Os fatos, se necessário e oportunamente, serão completamente esclarecidos perante as autoridades competentes."
Afirmou, por fim, que "todos os envolvidos nesta grave e irresponsável acusação serão oportunamente responsabilizados civil e criminalmente". Segundo o advogado, Marques está "à disposição" para depor no inquérito, do qual está ciente.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a Polícia Civil "encaminhou o inquérito de violação sexual mediante fraude à Justiça, solicitando prorrogação de prazo". "Foi expedida carta precatória para ouvir o suspeito e diligências estão em andamento para localizá-lo. Vítimas foram ouvidas e a autoridade policial aguarda o retorno do inquérito para prosseguir com as investigações."

'Umbandaime'

O Reino do Sol foi fundado por Gê Marques em 2002. No auge da popularidade, dizem os ex-membros, a igreja chegou a ter um fluxo de 300 pessoas que iam participar de trabalhos espirituais e rituais. Membros fixos, como agora, eram ao redor de 100, que pagavam uma contribuição mensal de cerca de R$ 100.
Os membros têm um perfil predominantemente jovem, de classe média, muitos deles artistas e intelectuais moradores da zona oeste de São Paulo.
"Umbandaime", religião do Reino do Sol, é uma mistura entre doutrinas: a umbanda já é ela própria uma mistura entre religiões africanas e cristãs, e o Santo Daime, fundado por um seringueiro na região amazônica nas primeiras décadas do século 20, bebe nas tradições espírita e xamânica, de consumo da ayahuasca.
O ritual, portanto, mescla elementos das duas religiões, e funciona resumidamente assim: os participantes ingerem ayahuasca ou, como dizem, consagram o Daime e, vestindo roupas brancas em fileiras ao redor de uma mesa em forma de estrela de seis pontas, cantam e fazem orações.
Então, sob influência da ayahuasca - permitida no Brasil em contextos religiosos e sem fins lucrativos - médiuns incorporam entidades da umbanda. O ritual costuma começar à noite e se estender até a madrugada.
O Reino do Sol é uma igreja independente e não faz parte de outros grupos religiosos maiores.
Gê Marques é referência em umbandaime. Formado em jornalismo pela USP, fez mestrado em Ciências da Religião na PUC de São Paulo justamente com foco na inserção da umbanda no Santo Daime. Conduz rituais também fora do Brasil.
As mulheres e outros ex-integrantes do Reino do Sol, entrevistados pela BBC News Brasil, são unânimes ao descrevê-lo: é, segundo dizem, extremamente inteligente e articulado, com grande capacidade de oratória, admirado pelos frequentadores e com muito conhecimento sobre umbanda e daime.

Os relatos

A acusação de Helena é uma das 15 relatadas à BBC News Brasil. Ela conta ter ido para uma sessão de descarrego em 2005. O ritual para livrá-la de energias ruins aconteceria, segundo seu relato, numa sala pequena, com duas cadeiras e uma maca, sem ervas, só com Gê Marques, sem a presença de outros médiuns, o que, segundo ela, seria incomum.
Marques ofereceu ayahuasca, diz ela. Quando a bebida "bateu", ela teria começado a chorar. Ele tentou acalmá-la, fez uma massagem e propôs que cantassem, diz.
"Mas até aí, para mim, estava tudo dentro do que poderia ser normal. Eu estava com o dirigente espiritual que eu admirava, confiava. Estava entregue, buscando minha cura, buscando ajuda", conta. A sessão de descarrego havia sido marcada dias antes porque o próprio médium, enquanto estaria incorporando uma entidade, havia lhe dito que ela precisava daquilo, diz.
Então, conta, ele teria proposto uma "dinâmica energética" na salinha, comum em outros rituais seus. Um deveria colocar a mão na parte do corpo do outro que estava "precisando de energia".
Helena relata que colocou a mão no coração dele. Ela diz que Marques, então, teria movido a mão dela e colocado em seu órgão genital. Helena conta que se assustou, recolheu imediatamente sua mão e pediu para deixar a sala, que ela disse estar trancada. "Ele pediu para eu me acalmar e me deitar ao lado dele", o que ela diz ter feito e, depois de um tempo chorando, insistiu para sair e ir embora.
Helena diz ter se convencido de teria ocorrido ali um incidente isolado, e continuou a frequentar o grupo religioso, um pouco mais ressabiada, mas ainda sem deixar de admirar o líder.
Em 2015 diz ter descoberto, no entanto, que outras mulheres relatavam experiências semelhantes.
"Como imaginava que seu 'deslize' havia acontecido apenas comigo, me deixei convencer que falar poderia ser mais destrutivo para todos do que me calar", disse uma das mulheres.
"Ele fazia aparecer que aquilo tinha acontecido por acaso. Uma coisa é convidar de maneira explícita, mas, não, ele vai te conduzindo, te deixando encurralada. Se ele tivesse tido a coragem de deixar claras as suas intenções, eu teria tido a chance de escolher se queria ou não passar por aquilo. O método dele é manipulador", disse outra suposta vítima.
"Naqueles flashes de segundos, você fica meio que paralisada. Pensa: 'será que isso é uma prática energética?' Hoje, fico indignada comigo mesma por tamanha ingenuidade. Só percebi anos depois que não houve propósito espiritual nenhum e que fui abusada", relatou outra das supostas vítimas.

"Naqueles flashes de segundos, você fica meio que paralisada. Pensa: 'será que isso é uma prática energética?'", diz uma das mulheres
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Massagens e terapias

As "vivências espirituais" no Reino do Sol iam além da prática tradicional do Daime, diz uma ex-participante, e envolviam massagens, alongamentos, exercícios corporais parecidos com aula de teatro ou Tai Chi Chuan, às vezes em uma casa alugada onde havia piscina.
Segundo as mulheres que conversaram com a reportagem, alguns convites para massagens terminaram em abuso. É o que alega, por exemplo, Roberta. Em seu caso, ela disse que aconteceu sem uso de ayahuasca ou algum outro psicoativo.
Ela diz que Marques a convidou para um "atendimento" em sua casa depois de uma sessão terapêutica na Escola da Rainha, uma casa de terapias do Reino do Sol que funcionou até 2008 na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.
"Ele me levou até o quarto. Ali já estava preparado no chão do quarto uma canga com velas, pedras e um vidro de óleo." No começo, diz ela, foi mesmo uma massagem. Ela diz que ficou "por muito tempo acreditando que aquilo ali era reiki [tipo de massagem 'energética']."
No meio da massagem, conta, ele começou a tirar sua roupa e pediu que ela dissesse o nome de um animal e de uma cor. "Enquanto ele estava me massageando até de frente, sem sutiã, eu ainda estava em dúvida: 'O que será que está acontecendo aqui? Será que é normal?' Eu era nova, tinha 20 anos. Tinha aquela dúvida de ser imatura, de não querer parecer inexperiente, desinformada. E tinha muita confiança nele." Roberta conta ter interrompido a sessão após Marques tirar a calça e se deitar sobre ela.
"Que essa reflexão sobre o que significa o consentimento seja feita em maior escala e profundidade. Porque não existe consentimento quando um homem utiliza a posição poder que ocupa, o momento de fragilidade da mulher à procura de apoio espiritual e o uso de drogas para cometer abuso sexual", refletiu uma das supostas vítimas.
"Não frequento mais nenhuma igreja. Fala para mim que é mestre religioso, não quero nem saber", disse outra mulher.

Crise na igreja

Segundo as mulheres, o poder exercido por Marques e a admiração que sentiam por ele fizeram com que não se dessem conta de que teriam sido abusadas dentro de circunstâncias supostamente similares. Elas dizem que isso ficou evidente para elas quando, naquele ano, pelo menos três alegações, que posteriormente chegariam ao Ministério Público, vieram à tona.
Entre eles, o de Carolina. Ela entrou na igreja com a família quando tinha 15 anos em 2006, orientada por seu padrasto.
Ela disse que Marques teria oferecido sessões gratuitas de terapia em sua própria casa para ela, com 16 anos na época.
Ao final da segunda sessão, ela diz, ele se aproximou dela no corredor. "Antes de abrir a porta, me beijou." "Foi uma coisa muito ruim. Lembro de entrar no elevador pasma, totalmente confusa, e pensar: 'nossa, será que ele está gostando de mim?' Escondi da minha mãe, senti muita vergonha", disse.
Carolina afirma ter sido abusada por ele em outras situações, incluindo uma em que ocorreu, após uma massagem, uma relação sexual com a qual ela diz não ter tido capacidade de consentir por estar sob efeito efeito de álcool e pela ascendência que ele exercia sobre a adolescente, então, com 17 anos.
"Para mim foi difícil porque ele não apontou arma nenhuma para ela. Como é que fala que foi abuso sexual? Ele poderia ser o avô dela. Depois entendi como ele usava o lugar de poder dele. As meninas eram enganadas, achavam que tinham feito algo de errado. Até hoje ela sofre com isso", disse à BBC News Brasil o padrasto de Carolina.

Igreja Reino do Sol cindiu em 2015 quando relatos de supostos abusos vieram à tona
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Confrontado pelas alegações de alguns membros do grupo, o dirigente se afastou da igreja por um período aproximado de nove meses entre dezembro de 2015 e setembro de 2016. Em 1º de dezembro de 2015 ele mandou o seguinte email: "Aos meus irmãos do Reino do Sol, com luto na alma lhes dirijo estas palavras. Essa Casa viu seus alicerces serem abalados, e disso sou o único responsável. Tanta dor provocou a minha ignorância, e disso espero um dia me perdoar. Antes de tudo espero que estes tantos irmãos a quem faltei com a minha luz um dia possam me perdoar. A todas as mulheres, aos seus companheiros e familiares".
"Vou atrás de entender as profundezas de meu ser, correr atrás de clarear os vícios da minha alma e meus enganos, garimpar a minha cura aonde no fundo da alma há o que iluminar. Vou buscar ajuda onde a Luz me apontar. Estou profundamente abalado e envergonhado. (...) Parto em busca de minha regeneração, procurando não perder a fé de que mesmo ao menor dos seres sejam concedidos o perdão (...)."
Procurado para comentar o e-mail, o advogado de Marques, Kuntz, diz que "os pedidos de perdão estão devidamente esclarecidos no contexto de e-mail antigo". Ele se refere a um enviado por Marques antes disso, em 22 de novembro daquele ano, em que ele também comentava os relatos que já circulavam no Reino do Sol.
"Seja como for, sei que o que o escuro promove hoje tem como foco derrubar o Reino do Sol, através da minha pessoa", diz o e-mail. Ele diz ter sido "obrigado a reavaliar" seu lugar de dirigente "de uma coletividade espiritual, que mesmo se pretendendo libertária, está imersa também nas sombras moralistas de nossa cultura".
"Tenho vida afetiva e sexual normal. Nunca fiz papel de guru acético, ou de celibatário. Mas tentar me imputar a pecha de mal intencionado é infame. De mim a mais absoluta certeza de que, mesmo com meus enganos, sempre respeitei profundamente as mulheres (...) Mas o que se busca hoje é me fixar chavões da sombra moral, como assediador, abusador - com que a massa de linchadores se compraz."
Para seu advogado, os pedidos de perdão são "o retrato de uma pessoa responsável e fiel à sua coletividade". Nos e-mails trocados naquela época, outros membros defenderam o dirigente espiritual.
Marques voltou em setembro de 2016 e permanecia até dezembro à frente do espaço em Mairiporã. No final de 2018, depois que a BBC News Brasil entrou em contato com Marques e enviou perguntas a seu advogado, o líder espiritual anunciou que se afastaria novamente do Reino do Sol, segundo integrantes da igreja. Procurado para comentar, seu advogado disse não estar ciente de tal decisão.
Uma participante atual do Reino do Sol que não quis ser identificada o defende: "Não tenho nada contra ele. É minha casa do coração. Aquela situação já está resolvida". Outra diz que o que teria acontecido "não tira o crédito do trabalho que ele fez por muitos anos", e que Marques "sempre foi muito competente", um dos poucos sabiam "muito bem administrar" ayahuasca aos frequentadores da casa. "É uma das pessoas que mais cuidado tem, é um cara superbacana."

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

'Chuva de aranhas' assusta moradores no sul de Minas


© Foto: João Pedro Martinelli Grande teia dava impressão de que aranhas caíam do céu.

Fonte: Estadão

FRANCA - Moradores de Espírito Santo do Dourado, no sul de Minas Gerais, levaram um susto nesta semana ao se depararem com uma teia de aranha gigante na zona rural da cidade. Como os fios eram muito finos e difíceis de observar contra o sol, a impressão era de que estava chovendo aranhas do céu.
O fenômeno ocorreu no último domingo, 6, e foi registrado em vídeos por moradores. As imagens mostram uma grande quantidade de aranhas em teias ligadas a postes, fios e árvores. 
"Não era apenas em volta daqui, tinha muito mais teia do que as que aparecem no vídeo", contou João Pedro Fonseca, que filmou os aracnídeos de perto da casa da avó. "Já tinha visto muitas aranhas assim por aqui outras vezes e é assustador", comentou Solange Silva, outra moradora da região.

Calor

Especialistas explicam que esta espécie tem um veneno que não costuma representar perigo - ao contrário, vem sendo usado no desenvolvimento de remédios para tratar problemas como as convulsões. Ainda assim, alertam que é bom não mexer com elas.
Apesar de ser algo incomum entre as aranhas, as desta espécie, quando jovens, costumam se juntar em teias gigantes para obter um número maior de presas e garantir a sobrevivência. E isso costuma ocorrer em épocas de muito sol e alta umidade.

PM estreia grupo de 'mediadores' em ato contra tarifa em SP

De colete azul, agentes buscam informações com manifestantes; ato foi marcado após aumento de R$ 4 para R$ 4,30 no preço da passagem


Fonte: Terra




Manifestação organizado pelo MPL, contra o aumento do valor das tarifas dos transportes públicos em São Paulo, nesta quinta feira (10).
Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA / Estadão
O tenente Crúvel Clemente, do 7° Batalhão da PM, um dos negociadores, solicitou que os manifestantes retirassem as hastes das bandeiras e que informassem qual seria o itinerário do protesto. O primeiro pedido não foi bem recebido pelas duas negociadoras do MPL, Andressa e Larissa, que ficaram de discutir o tema durante uma assembleia que deve ocorrer antes de o ato sair. A segunda proposta obteve resposta positiva: ambas se comprometeram a comunicar o itinerário todo.
O protesto tem bandeiras do PSTU, do PCB e da Conlutas. Nas calçadas, há manifestantes convocando a população a apoiar a greve do funcionalismo público municipal, marcada para o dia 4 contra a reforma da previdência dos servidores de São Paulo, já sancionada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
Embora o prefeito e o governador João Doria (PSDB) sejam os principais alvos nos cartazes, outros grupos também são provocados no ato. "Não vai ter paz, mexeu com a tarifa, mexeu com Satanás" é um dos gritos, uma resposta a discursos religiosos do primeiro escalão do governo Bolsonaro, que tem feito ataques verbais aos grupos de esquerda.
Até as 18 horas, o trânsito do centro não tinha pontos de bloqueio.

Operação Lei Seca fará ações diurnas durante todo o verão no Rio

 As ações noturnas continuarão sendo feitas normalmente

© Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

A Operação Lei Seca Verão iniciou hoje (10) ações diurnas na região metropolitana do Rio de Janeiro e no interior fluminense, que se estenderão até depois do carnaval, em março.

Em entrevista à Agência Brasil, o superintendente da operação, major Carlos Eduardo Falconi, destacou que este é o quinto ano consecutivo em que são realizadas ações diurnas de fiscalização e conscientização da população para o respeito às regras, nas principais áreas de lazer do estado do Rio de Janeiro.
Segundo Falconi, houve uma mudança positiva da sociedade fluminense com relação ao ato de beber e dirigir, e o objetivo é preservar vidas. “Há cinco anos, estamos obtendo resultados muito significativos com as saídas de praia, de cachoeiras, de áreas de lazer, quando o sol ainda está intenso e existe muito trânsito de veículos nas vias próximas a esses locais.”
Na fiscalização diurna do ano passado, as equipes da Operação Lei Seca fizeram 22 mil abordagens e registraram 1.400 casos de registro de alcoolemia, ou seja, de motoristas flagrados dirigindo sob efeito de álcool. “É um número expressivo em comparação com o de 2017, quando tivemos 17 mil casos e mil registros de alcoolemia”, disse o superintendente.
No fim da semana passada, em ações feitas em Cabo Frio, na Região dos Lagos, 21% dos casos abordados tiveram registro de alcoolemia. Falconi destacou que, nas operações noturnas, a taxa de alcoolemia atinge 4% em média, mas, nas fiscalizações de verão,o número sobe para 6,2%. “Muito mais do que a nossa expectativa”, disse o major.
Na opinião do secretário de Estado de Governo, Gutemberg de Paula Fonseca, trata-se de um trabalho fundamental para proteger a população e reforçar a mensagem da Operação Lei Seca. “As pessoas precisam se conscientizar que o risco da mistura de álcool e direção não tem hora, ele é o mesmo de dia ou à noite”.
As ações noturnas continuarão sendo feitas normalmente. Durante todo o verão, serão promovidas também ações educativas com cadeirantes, para alertar a população sobre os riscos de beber e dirigir.
A Operação Lei Seca é um programa educativo e de fiscalização, de caráter permanente, lançado pela Secretaria de Governo em março de 2009. Desde aquele ano, 3.049.116 motoristas foram abordados, e a taxa de alcoolemia foi comprovada em 193.709. Foram multados no período 559.125 motoristas, 108.774 veículos foram rebocados e 184.392 carteiras de habilitação, recolhidas.
Ontem (9), policiais da Operação Lei Seca prenderam Alessandro Nascimento Barbosa à noite, duranteblitz em Ipanema, zona sul do Rio. Ele alegou que não portava documentos do veículo que dirigia, um automóvel Toyota Corolla. Ao consultarem o Portal de Segurança, os policiais constataram que havia contra Alessandro um mandado de prisão em aberto por homicídio praticado em 2017, expedido pela 3ª Vara Criminal de São Gonçalo, além de anotações criminais por estelionato, roubo e tráfico.
A delegada da Polícia Civil Verônica Stiepanowez de Oliveira é a nova coordenadora-geral da Operação Lei Seca. Ela substitui o tenente-coronel Marco Andrade, que ficou nove anos na coordenação. A delegada pretende reforçar o programa no interior fluminense, com toda a sua estrutura, “consolidando a marca de qualidade e presença do governo”. 
Verônica disse que a ampliação dos programas educacionais é sua prioridade na Operação Lei Seca, com o objetivo de reforçar a política de prevenção, principalmente com o aumento de palestras em escolas e outras instituições.
O trabalhoda Operação Lei Seca no Rio é considerado referência para 23 estados da Federação. Com informações da Agência Brasil.

Cineasta assume ter mostrado genitais a Cameron Diaz

Hoje, Peter Farrelly garante que se arrepende das suas ações

© Getty Images


O diretor de cinema Peter Farrelly confessou que mostrou os órgãos genitais à atriz Cameron Diaz durante as gravações do filme ‘Doidos por Marry’ (1998). Esta era uma prática não apenas comum com a atriz, mas também com todos os profissionais com quem trabalhava.
A história já tinha sido revelada na época em que aconteceu, mas agora voltou à tona.
Num comunicado enviado à imprensa norte-americana, Farrelly assume não só a sua responsabilidade, como também faz um pedido de desculpas.
“Era um idiota. Fiz isso há décadas e achava que estava sendo engraçado, mas a verdade é que estou constrangido e isso me envergonha atualmente. Eu sinto muitíssimo”, lamentou.

Esquadrão antibomba localiza material explosivo em estação do VLT em Fortaleza

Fonte: G1

Esquadrão localizou material explosivo na estação do VLT do Bairro Parangaba, em Fortaleza — Foto: José Leomar/SVM

Ceará vive onda de ataques coordenados por facções criminosas. Bandos já utilizaram explosivo em pontes e em um viaduto na Grande Fortaleza.

O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar do Ceará apreendeu nesta quarta-feira (9) material explosivo na estação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do Bairro Parangaba, em Fortaleza. Os policiais souberam da tentativa de ataque por meio de denúncia anônima, comunicada a agentes da Força Nacional, que atua em Fortaleza desde sábado (5).

O Ceará vive uma onda de ataques desde quarta-feira (2), quando chefes de facção presos ordenaram a sequência de crimes em represália à ação do Governo do Estado de acabar com a divisão de presos segundo a facção da qual fazem parte.

Os criminosos querem que o governo desista da medida. O secretário da Segurança, André Costa, afirmou que o estado não "vai recuar um milímetro".
Policiais apreendem material explosivo em estação de VLT em Fortaleza — Foto: PMCE/Divulgação

De acordo com o governador do Ceará, Camilo Santana, chefes de facções criminosas que estavam presos no Ceará foram transferidos para presídios federais em outros estados. O governo federal já havia oferecido 60 vagas para receber criminosos do Ceará.

"Já foram transferidos 21 presos e nós já estamos trabalhando, inclusive, para realizar novas transferências de presos para presídios federais", Santana.

Entenda o que está acontecendo no Ceará
O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.
O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.
Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.
O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas.
A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções frequentes no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.
Os atentados começaram após uma declaração do novo titular da Secretaria de Administração Penitenciária do estado, Luís Mauro Albuquerque. Ele afirmou que iria acabar a entrada de celulares nos presídios e encerrar a divisão de presos nas detenções conforme suas facções.

O secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa, afirmou que a nomeação do novo gestor das unidades prisionais motivou o início dos ataques.

Em pichações em prédios públicos e residências, os criminosos pedem a saída de Mauro Albuquerque. "A criminalidade já conhecia o trabalho dele", afirmou André Costa.
O governador do Ceará comunicou ainda que o estado "se preparou para o onda criminosa" e garantiu que será "duro" com a criminalidade dentro e fora dos presídios.
O chefe do executivo comentou durante a entrevista que o momento difícil que o estado passa, devido à série de atentados, é "necessário" para garantir a segurança no futuro.
"Nós nos preparamos para este momento, não é à toa que você não vê nenhum problema no sistema prisional do Ceará. Não há nenhuma rebelião, e estamos transferindo presos, tirando a comunicação", comentou o governador.
"A reação tem sido toda aqui fora e temos colocado todas as Forças de Segurança para garantir a segurança. São momentos duros, mas necessários para garantir, a médio e longo prazo, um estado melhor, mais seguro, com menos violência para a população cearense."