Ataques aconteceram na madrugada
deste sábado (12) e afetou a capital Fortaleza e a Região Metropolitana;
polícia trabalha para capturar suspeitos
Fonte: IG
Reprodução/Facebook
Explosão em torre de energia no Ceará deixa diversos bairros
sem luz durante a madrugada deste sábado (12)
No 11º dia
desde que a onda de violência no Ceará se instaurou, criminosos derrubaram uma
torre de transmissão de energia e explodiram uma bomba em uma concessionária de
veículos. A ação aconteceu na madrugada deste sábado (12). Até o momento já
foram 194 ataques confirmados em 43 municípios.
Segundo a
Polícia Militar do Ceará , a torre de transmissão, que fica no município de
Maracanaú, na Grande Fortaleza, teve parte da base explodida, e o equipamento
caiu. Fios ficaram espalhados na via próxima ao local, que está isolado por
equipes policiais.
Vários
bairros de Fortaleza e da Região Metropolitana ficaram sem luz por conta da
torre de energia afetada, como Cascavel, Eusébio, Maranguape, Itaitinga e
Maracanaú. Para prevenir novos ataques, a polícia afirma que conta com um
helicóptero que faz a busca dos suspeitos.
Já a
explosão em uma concessionária, que ocorreu na manhã deste sábado, por volta
das 5h da manhã, foi registrada em Fortaleza. Além dos veículos que estavam no
local, parte da estrutura do estabelecimento também foi afetada pela explosão.
Não há notícias de feridos. Suspeitos estão sendo procurados.
De acordo
com o Ministério da Justiça, para tentar conter a onda de violência no Ceará, o
governo do Estado promoveu a transferência de 35 presos considerados chefes das
principais facções criminosas que atuam no estado, como o Comando Vermelho (CV)
e os Guardiôes do Estado (GDE), de Cadeias Públicas no interior do Ceará para a
Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Onda de violência no Ceará chega ao
seu 11º dia
Reprodução
Onda de violência no Ceará já registrou 194 ataques;
criminosos querem saída de secretário
A Secretaria
da Segurança Pública do Ceará comunicou que 319 suspeitos de envolvimento nos
crimes foram detidos. Acredita-se que os ataques criminosos iniciados no dia 2
de janeiro são um protesto contra o poder público. Hipótese reforçada pelo fato
da série de ataques ter começado focada em prédios públicos e fazer apenas uma
vítima, mesmo com quase 200 ações criminosas desde então.
Os atos
seriam uma retaliação das facções criminosas que atuam no estado à declaração
do novo secretário de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque,
nomeado pelo novo governador Camilo Santana (PT).
O secretário
declarou que o estado não reconheceria facções criminosas e os presos poderiam
ser misturados nas mesmas alas dentro do presídio. Além disso, o novo
secretário conduziu uma série de ações para comabter o crime dentro dos
presídios e coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas.
Enquanto
isso, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), fez um pronunciamento oficial
na tarde de sábado (5), após o terceiro dia consecutivo da onda de ataques no
estado em que subiu o tom contra os criminosos
e afirmou que não pretende recuar. Ele negou que o estado irá recuar no
combate ao crime organizado após os ataques realizados desde a noite da última
quarta-feira (2).
"Endureceremos
cada vez mais contra o crime", afirma o governador
Em vídeo
divulgado nas suas redes sociais, o governador afirmou ter "absoluta
confiança nos mais de 29 mil profissionais cearenses que formam as forças de
segurança do nosso estado, que têm se doado noite e dia para combater o crime,
especialmente neste momento em que o Estado do Ceará toma medidas duras e
necessárias de combate ao crime organizado, fora e dentro de unidades
prisionais", disse o político.
"Criamos
uma secretaria especialmente para a atuação rigorosa em todos os presídios,
agindo com firmeza, dentro da lei e mostrando que o comando é do Estado",
continuou o governador. "Endureceremos cada vez mais contra o crime",
desafiou. Santana também disse ter total confiança nas forças de segurança de
estado e fez questão de mencionar o apoio federal que o estado está recebendo.
"Aproveito
para dar as boas-vindas aos agentes da Força Nacional de Segurança e tropas
federais que começaram a chegar ao Ceará ontem para contribuir com nossa
Polícia nesse enfrentamento", disse o governador.
Apesar do
número reduzido de vítimas, os moradores do estado têm enfrentado uma série de
transtornos. Isso porque, com o avanço dos ataques, os cidadãos estão tendo
dificuldades para se locomover de casa para o trabalho. Segundo relatos, desde
que policiais militares passaram a andar dentro dos coletivos, o transporte
começou a se normalizar durante o dia, mas no retorno para casa à noite, o medo
ainda toma conta porque é ao anoitecer que a maioria dos ataques tem sido
realizados.
Há problemas
também com o transporte escolar e a coleta seletiva de lixo. As empresas que
atuam na limpeza do estado tiveram que reduzir a circulação de caminhões que
recolhem os resíduos nas cidade e o lixo já se acumula nas ruas e principais
avenidas de Fortaleza.
Diante da
violência no Ceará , o turismo também teve uma queda por conta da insegurança
em plena alta temporada. A rede hoteleira que contava com 85% da capacidade
ocupada, já contabiliza uma redução para 65% com o cancelamento de reservas. Os
prejuízos, no entanto, só poderão ser contabilizados ao final da série de
ataques, a princípio, ainda sem hora para acabar.