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terça-feira, 19 de abril de 2016

Deputados de 11 dos 15 Estados onde Dilma venceu em 2014 foram chave na batalha do impeachment

Por Waldir Junior de Salvador Bahia
Fonte: BBC Brasil em Londres

Deputados federais de 11 dos 15 Estados onde Dilma havia sido vitoriosa no segundo turno das eleições de 2014 votaram no domingo em sua maioria pela abertura do processo de impeachment contra a presidente, segundo um cruzamento de dados feito pela reportagem da BBC Brasil.
Segundo especialistas, a partir do voto dos deputados federais é possível inferir mudanças de opinião do eleitorado da petista, cada vez mais descontente com os rumos do governo, e também mudanças no clima e no jogo político envolvendo disputas locais, com vistas ao pleito de 2018.
Nas eleições presidenciais de 2014, Dilma venceu em 15 Estados, a maioria nas regiões Norte e Nordeste, enquanto seu adversário no segundo turno, Aécio Neves, ganhou nos 11 restantes e no Distrito Federal.
Mas, na votação dos deputados no domingo, em apenas três deles a presidente teve mais votos legislativos contrários a seu impeachment: Bahia (22 contra o impedimento e 15 a favor), Ceará (11 contra e 9 a favor) e Amapá (4 contra e 3 a favor).
Na prática, a petista perdeu a votação legislativa em 11 Estados onde havia obtido a maioria dos votos populares durante o pleito presidencial (Dilma venceu no Piauí em 2014, mas houve empate na votação do impeachment ─ 5 contra e 5 a favor).
Um dos exemplos mais notórios é o Maranhão. Dilma obteve ali sua maior proporção de votos populares (78,6% do total) em 2014. Mas, no domingo, dez dos 18 deputados federais do Estado (55%) optaram por defender a saída da presidente do cargo.
"O eleitorado que deu vitória a Dilma em 2014 já não é mais o mesmo. Não há dúvida de que a presidente perdeu apoio em seus redutos eleitorais. Sua popularidade está em baixa. E isso se deve, sobretudo, a promessas não cumpridas. Durante a campanha, Dilma fez promessas que não conseguiu concretizar", argumenta Ricardo Ismael, cientista político da PUC-Rio.
"As pesquisas mostram que muitos desses eleitores estão frustrados com o segundo mandato da petista e, sobretudo, com o andamento da economia", acrescenta.
Ismael lembra que, durante a corrida presidencial de 2014, a popularidade de Dilma, apesar de menor do que durante o primeiro mandato, não estava tão baixa como agora. Tampouco o cenário econômico inspirava tamanha preocupação. Além disso, a operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, ainda não havia tomado vulto.
(Getty)

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